Mulher que sobreviveu a 61 socos do ex-namorado transforma dor em luta contra a violência doméstica.
Juliana Soares, vítima de tentativa de feminicídio, recebe comenda Maria da Penha e se torna símbolo de resistência no RN

Juliana Soares, que um mês antes teve sua vida marcada por um brutal episódio de violência ao ser agredida com 61 socos pelo então namorado em um elevador, recebeu a Comenda Maria da Penha, a mais alta honraria concedida na luta contra a violência doméstica, na Câmara Municipal de Natal (RN) nesta segunda-feira (25/8).
Em seu discurso, Juliana enfatizou a importância da rede de apoio que a sustentou e fez um apelo para que a sociedade acolha as vítimas sem julgamentos. “Gostaria de firmar um compromisso com vocês para que olhem com mais cuidado, quando aquela amiga chegar e comentar sobre alguma coisa que ocorreu, sem julgamento, sem apontamento. Gostaria muito que todas as mulheres tivessem acesso a esse acolhimento, porque ele é de total importância”, disse.
Juliana dedicou a honraria a todas as vítimas de violência doméstica e afirmou que sua sobrevivência pode inspirar outras mulheres a se levantarem. “Se eu me levantei daquele elevador, depois de tudo que aconteceu comigo, outras mulheres também são capazes. Tenho certeza que Deus me usou como instrumento para dar voz a outras mulheres, para dar visibilidade”, desabafou.
Relembrando o Caso:
- O crime ocorreu em 26 de julho em um prédio em Ponta Negra, Natal (RN).
- Igor Eduardo Cabral está preso desde 28 de julho e foi transferido para a Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim (RN).
- Juliana, que sofreu fraturas nos ossos da face, recebeu alta hospitalar em 4 de agosto após uma cirurgia de reconstrução facial.
- A agressão foi precedida por uma discussão na área de lazer do prédio, motivada por ciúmes. Igor já havia danificado pertences de Juliana em outras ocasiões.
- Em 7 de agosto, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público, tornando Igor Cabral réu por tentativa de feminicídio.
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