O julgamento de Sean "Diddy" Combs por tráfico sexual teve início nesta segunda-feira (5) em Nova York. O rapper, de 55 anos, é acusado de liderar uma conspiração que teria durado cerca de 20 anos, com promotores federais alegando que ele "abusou, ameaçou e coagiu mulheres" a participarem de orgias sexuais prolongadas, impulsionadas por drogas e com a presença de prostitutas, sob ameaça de silêncio.

Ao entrar no tribunal, Combs cumprimentou seus advogados, Brian Staal e Marc Agnifilo. Ele compareceu vestindo um blazer azul-marinho, camisa social e calças cinzas, com o cabelo mais longo e grisalho, dispensando o uniforme de presidiário.

Sean Combs, também conhecido como P. Diddy ou Puffy Daddy, foi preso em 16 de setembro de 2023, nos Estados Unidos, e desde então enfrenta uma série de acusações e especulações.

As Acusações Detalhadas:

Promotores federais o acusam de tráfico sexual e extorsão por comandar uma vasta organização criminosa, na qual ele teria agredido e traficado mulheres desde 2008. O rapper se declarou inocente no Tribunal Federal de Manhattan, em Nova York.

A acusação da promotoria é que Combs seja o mentor de uma empresa criminosa em expansão desde, pelo menos, 2008, envolvida em sequestros, trabalho forçado, incêndio criminoso e suborno.

De acordo com o governo norte-americano, Combs usou força, ameaças e coerção para manipular mulheres para o que ele chamou de "freak-offs": "desempenhos altamente orquestrados de atividade sexual” em locais abastecidos por drogas e que podiam durar dias. Os promotores alegam que Combs assistia a esses eventos, às vezes enquanto se masturbava e gravava vídeos, usando essas gravações como garantia para manter uma cultura de silêncio e obediência.

A acusação federal também menciona um incêndio criminoso, sem fornecer detalhes específicos, mas referindo-se a documentos judiciais que descrevem um ataque com bomba incendiária a um carro de propriedade do rapper e ator Kid Cudi, supostamente orquestrado por Combs.

Tony Buzbee, representante de cerca de 120 supostas vítimas, afirmou que homens e mulheres em mais de 25 estados acusam Combs de crimes sexuais desde 1991, com algumas vítimas sendo menores de idade à época dos supostos crimes.

A Defesa de Sean Combs:

O cantor se declarou inocente na corte de Nova York. Em um comunicado, afirmou: “Deixe-me ser absolutamente claro: não fiz nenhuma das coisas horríveis que estão sendo alegadas. Lutarei pelo meu nome, pela minha família e pela verdade”.

O advogado de Sean Combs, Marc Agnifilo, sugeriu que a atividade sexual descrita era "consensual", argumentando que "nem todo mundo tem experiência em ser íntimo dessa maneira, mas isso não é tráfico sexual se todo mundo quiser estar lá”.

Possíveis Penas:

Se condenado pelos três crimes (conspiração de extorsão, tráfico sexual e transporte para se envolver em prostituição), Combs pode enfrentar uma sentença que vai até prisão perpétua, com um mínimo de 15 anos.

Atualmente, Sean Diddy Combs está detido em um centro de detenção federal no Brooklyn, em Nova York, aguardando o julgamento. O Centro de Detenção Metropolitano, que abriga mais de 1.200 pessoas, tem reputação de "más condições", segundo o The New York Times.